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Certificações de Sustentabilidade

14 out

Incipiente, sustentabilidade avança em ritmo acelerado

A preocupação com a questão ambiental e suas relações com a economia surgiu ainda na década de 1950. Hoje, as dimensões econômicas, sociais e ambientais são consideradas a única base possível para o desenvolvimento sustentável. Nesse campo, as certificações de sustentabilidade ainda são muito incipientes, não só no Brasil, como em vários outros países. Apesar de estarem avançando em ritmo acelerado, existem várias dificuldades que ainda precisam ser superadas.

LEED – Leadership in Energy and Environmental Design

Conferida pelo United States Green Building Council (USGBC)

O Eldorado Business Tower, projetado por Aflalo & Gasperini Arquitetos, foi o primeiro edifício corporativo da América Latina a obter a certificação Leed CS na categoria Platinum, a mais alta conferida pelo USGBC.
“Mas não basta ter todos os atributos do desenvolvimento sustentável, é preciso agregar valor e oferecer retorno financeiro”, diz Newton Figueiredo, presidente do grupo Sustentax.
Outro tipo de cliente é aquele que vai utilizar a edificação e busca também a qualidade do espaço. “Nos Estados Unidos existem pesquisas que mostram que a qualidade do ambiente de trabalho gera mais produtividade e reduz o afastamento por doenças.
Grandes bancos e companhias no Brasil já exigem espaços certificados. Entre eles não estão apenas os de origem estrangeira, como Google, Siemens, Barclay e Morgan Stanley, mas também brasileiros como Vale do Rio Doce, Bradesco, Itaú, Banco do Brasil, Petrobrás e Grupo Pão de Açúcar.
As certificações de sustentabilidade para edificações são sistemas de mensuração e funcionam como uma espécie de atestado que garante que as construções estão em acordo com parâmetros que visam redução do consumo do energia e de água e asseguram o conforto ambiental.
Atualmente o Brasil soma cerca de 50 empreendimentos já certificados em acordo com um dos três principais sistemas de certificação em funcionamento.

O fato de ter sido a primeira contribuiu para que a certificação se tornasse a mais difundida no Brasil atualmente. De acordo com informações disponíveis no site do USGBC, hoje são 32 empreendimentos brasileiros já certificados pelo Leed e outros 175 registrados, que podem ou não vir a obter a certificação.

O Leed surgiu nos Estados Unidos em 1998 e a versão hoje em vigor é a de 2009. “No próximo ano já teremos a versão 2012”, antecipa Paola. Trata-se de um sistema de pontuação baseado em números de referência para diferentes tipos de construção (leia o quadro “Entenda o Leed”).

Além de atender os pré-requisitos, que se distribuem em sete categorias (Espaço Sustentável; Uso Racional da Água; Energia e Atmosfera; Materiais e Recursos; Qualidade Ambiental Interna; Inovação e Processo de Projeto; e Créditos Regionais), o empreendimento também deve somar no mínimo 40 pontos, dentro do máximo de 110 pontos possíveis, a fim de obter um dos níveis de certificação (leia o quadro “Níveis de certificação Leed”).

Níveis de certificação Leed
Certificado 40 a 49 pontos
Prata 50 a 59 pontos
Ouro 60 a 79 pontos
Platina 80 a 110 pontos
Entenda o Leed (versão 2009)
Tipologia Abrangência
Novas construções (NC) Destina-se a novas construções e grandes reformas de projetos comerciais e institucionais de alto desempenho, incluindo edifícios de escritórios, edifícios altos, hotéis, edifícios residenciais, edifícios governamentais, instalações recreativas, fábricas, bibliotecas, museus ou igrejas
Edifícios existentes: operações e manutenção (EB-O&M) Destina-se a edifícios já existentes buscando a certificação pela primeira vez ou àqueles já certificados nas tipologias SCH, CN ou CS. Auxilia proprietários e operadores nas medições de operações com o objetivo de maximizar a eficiência operacional e estabelece caminhos para solucionar problemas relacionados a limpeza e manutenção (incluindo uso de produtos químicos), manutenção exterior e atualização de sistemas de reciclagem
Interiores comerciais (CI) Certificação para interiores verdes de alto desempenho e abrange a qualidade ambiental para que os ambientes de trabalho sejam saudáveis e favoreçam a produtividade. Sua aplicação promove a redução do impacto ambiental, torna a operação dos espaços menos dispendiosa e de mais fácil operação. Ajuda designers e usuários, que nem sempre têm controle sobre todas as operações do edifício, a fazerem escolhas sustentáveis
Core & shell (CS) – núcleo e fechamentos Abrange núcleo, fechamentos e considera também a tecnologia de conforto ambiental da edificação. Destina-se a projetos desenvolvidos para o mercado, nos quais os projetistas não têm o controle sobre as intervenções no ambiente que serão feitas pelos usuários, como, por exemplo, edifícios de pequenos escritórios ou consultórios. Se a previsão é de o proprietário ou locatário ocupar a maior parte do edifício, recomenda-se utilizar o Leed NC. Aplica-se também a shopping centers
Escolas (SCH) Reconhece o caráter único da concepção e construção de escolas. É baseado no Leed NC e aborda questões como saúde infantil, acústica da sala de aulas, plano diretor e avaliação do ambiente local
Varejo É composto por dois sistemas de classificação destinados a novas construções ou grandes reformas e aos ambientes internos. É o sistema de classificação indicado para bancos, restaurantes, grandes magazines e lojas em geral
Saúde (HC) Orienta a concepção e a construção de grandes obras de renovação de edifícios destinados à saúde. Pode ser aplicado em instalações ambulatoriais, de internação, consultórios, laboratórios e centros de formação médica ou de pesquisa, entre outras possibilidades
Desenvolvimento de vizinhança (ND) Sistema para o desenvolvimento horizontal ou vertical de bairros, condomínios ou loteamentos com mais de dois prédios residenciais. Abrange princípios de crescimento inteligente e aspectos urbanísticos em favor do crescimento local sustentável e ambientalmente responsável
Casas Orienta o projeto e a construção de residências unifamiliares e multifamiliares de até 50 unidades habitacionais a fim de promover a difusão de moradias verdes de alto desempenho. É o único ainda não aplicável no Brasil

AQUA

Projeto da Fundação Kunito Miyasaka, o Parque Ecológico Imigrantes já nasceu comprometido com o baixo impacto sobre o meio ambiente e recebeu certificação Aqua na fase Programa

Projeto da Fundação Kunito Miyasaka, o Parque Ecológico Imigrantes já nasceu comprometido com o baixo impacto sobre o meio ambiente e recebeu certificação Aqua na fase Programa

Certificação brasileira concedida pela Fundação Vanzolini, de São Paulo, é destinada a edifícios de escritórios, escolares, habitacionais e complexos esportivos multiuso.

A certificação é feita em 3 estapas.  Aprimeira etapa é chamada Programa, na qual são definidos o programa de necessidades e o sistema de gestão do empreendimento.  Nessa fase, também é estabelecido o perfil de sustentabilidade com os níveis de desempenho (Bom, Superior ou Excelente) que a edificação deverá mostrar em cada uma das 14 categorias consideradas (leia o quadro “As 14 categorias do Aqua”).

As 14 categorias do Aqua
1 Relação do edifício com o seu entorno
2 Escolha integrada de produtos, sistemas e processos construtivos
3 Canteiro de obras com baixo impacto ambiental
4 Gestão da energia
5 Gestão da água
6 Gestão dos resíduos de uso e operação do edifício
7 Manutenção – Permanência do desempenho ambiental
8 Conforto higrotérmico
9 Conforto acústico
10 Conforto visual
11 Conforto olfativo
12 Qualidade sanitária dos ambientes
13 Qualidade sanitária do ar
14 Qualidade sanitária da água
Etiqueta de Eficiência Energética

A etiqueta de eficiência energética em edificações foi inspirada no modelo de etiquetagem de consumo de eletrodomésticos e desenvolvida em parceria entre a Eletrobrás e o Inmetro. Ela integra o Programa Brasileiro de Etiquetagem e segue a classificação do Inmetro, com níveis de eficiência que variam de A (mais eficiente) a E (menos eficiente).

Os parâmetros para etiquetagem de edifícios comerciais abrangem iluminação, envoltória e ar condicionado. Há bonificação de um nível para quem racionalizar o consumo de água ou de geração de energia.
A etiquetagem de edificações residenciais considera somente o edifício como um todo e leva em conta o desempenho da envoltória no verão, quando naturalmente ventilado, e o desempenho durante o inverno nas zonas mais frias do país.
O desempenho das edificações com ar condicionado no verão é considerado apenas um indicador, não valendo para o processo classificatório.
Publicado originalmente em PROJETODESIGN Edição 381 Novembro de 2011
 

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2 Respostas para “Certificações de Sustentabilidade

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    01/11/2012 at 5:58

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